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Tempo de tela não define sociabilidade das crianças

O tempo que as crianças e adolescentes gastam em frente às telas é uma questão que influencia as decisões de pais e cuidadores. Uma das grandes preocupações é se os jovens estão perdendo sua capacidade de se relacionar uns com os outros devido a essa exposição constante à tecnologia. Felizmente, esse parece não ser o caso: os jovens de hoje são tão socialmente qualificados quanto os de 20 anos atrás.

Pesquisadores compararam as avaliações de professores e pais de crianças que começaram o jardim de infância em 1998, seis anos antes do lançamento do Facebook, com aquelas que começaram a escola em 2010, quando o primeiro iPad foi lançado. As crianças foram avaliadas pelos professores seis vezes entre o início do jardim de infância e o final da quinta série, e pelos pais, no início e no final do jardim de infância e no final da primeira série.

Os resultados mostraram que, da perspectiva dos professores, as habilidades sociais das crianças não diminuíram entre os grupos de 1998 e 2010. E padrões semelhantes persistiram à medida que as crianças avançavam para a quinta série. Mesmo as crianças que tiveram maior exposição às telas apresentaram desenvolvimento semelhante nas habilidades sociais em comparação com aquelas com pouca exposição na tela. Havia apenas uma exceção: as habilidades sociais eram um pouco menores para as crianças que acessavam sites de jogos e redes sociais muitas vezes ao dia. Mas a diferença era pouco perceptível.

No geral, os dois grupos de crianças foram classificados de maneira semelhante nas habilidades interpessoais, como a capacidade de formar e manter amizades e conviver com pessoas diferentes. Também apresentaram níveis semelhantes de autocontrole e temperança.

Uma opinião geracional

Na verdade, as habilidades sociais permaneceram as mesmas ou aumentaram um pouco para as crianças nascidas mais tarde. Logo, há muito pouca evidência de que a exposição às telas seja problemática para o desenvolvimento das habilidades sociais.

Parte dessa percepção de que o tempo de tela é prejudicial para crianças deriva da tendência geracional em se preocupar com as gerações posteriores. Essas preocupações geralmente envolvem “pânico moral” sobre as novas tecnologias. Os adultos ficam preocupados quando a mudança tecnológica parece minar as relações tradicionais, particularmente a relação pai-filho. No século XX, a introdução de telefones, automóveis e rádio levou ao pânico moral entre os adultos da época, porque a tecnologia permitia que as crianças desfrutassem de mais autonomia. A preocupação com  a tecnologia baseada em telas provavelmente representa o pânico mais recente em resposta à mudança tecnológica.

De qualquer forma, as novas gerações estão aprendendo que ter um bom relacionamento social significa ser capaz de se comunicar com sucesso tanto pessoalmente quanto on-line. Essas ferramentas podem ser usadas de forma positiva e, no geral, os jovens estão sabendo desfrutar desse avanço tecnológico sem terem suas habilidades sociais prejudicadas.

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