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Corrida por carros voadores nos céus do Brasil

Um carro voador que decola e pousa verticalmente, atinge a velocidade de 320 quilômetros por hora, não emite gases do efeito estufa e, diferentemente de um helicóptero, é absolutamente silencioso. Se isso lhe parece coisa de ficção científica, saiba que a companhia aérea GOL pretende pôr 250 desses veículos em circulação no Brasil dentro de quatro anos. E a Azul e a Embraer têm planos semelhantes, o que promete gerar uma corrida pelos céus do país.

Ao anunciar recentemente a intenção de comprar os carros voadores elétricos (eVTOLs, na sigla em inglês), a GOL afirmou que pretende usá-los como táxis aéreos. E não exatamente para um público exclusivo. O custo de operação desse veículo é de apenas um dólar por pessoa para uma viagem de quarenta quilômetros, segundo a Vertical Aeroespace, empresa britânica que o projetou.

“Estudos preliminares demonstram que uma viagem de eVTOL pode custar um quinto do valor da viagem de helicóptero, na distância média de 65 quilômetros”, declarou a GOL. “Não há concorrência deste novo modal com a aviação comercial.”

Semanas antes, a Azul já havia anunciado investimentos de US$ 1 bilhão na compra de 220 veículos elétricos voadores da empresa alemã Lilium, e com início de operação também previsto para 2025. Em tese, a concorrência entre as duas empresas contribuiria para garantir um valor baixo a ser cobrado por uma viagem em carro voador.

Numa projeção de custo, uma distância de cem quilômetros, que a bordo de um helicóptero custa RS$ 2 mil por passageiro, a bordo de um eVTOL da Lilium custaria R$ 514. Não por acaso, o presidente da Azul, John Rodgerson, disse ao Valor Econômico que o veículo aéreo elétrico da empresa pode se tornar o “Uber dos céus”. Para o helicóptero, a vantagem é poder percorrer distâncias maiores.

 

VEÍCULO AÉREO SERIA IDEAL PARA CENTROS URBANOS

Batizado de VA-X4, o carro voador elétrico da Vertical escolhido pela GOL tem capacidade para quatro passageiros e um piloto. Este não precisaria de muito treinamento para conduzi-lo, porque o avançado controle de voo da aeronave reduziria imensamente sua carga de trabalho.

Desenvolvido em parceria com a Rolls-Royce, o trem de força do VA-X4 seria um dos mais leves e seguros do mundo, com quatro hélices fixas na frente e outras quatro atrás, retráteis. Esse mecanismo lhe permitiria percorrer até 160 quilômetros com autonomia. Uma viagem de Campinas a São Paulo duraria 16 minutos.

Com treze metros de comprimento e quinze de envergadura, o carro voador da GOL decolaria e pousaria em helipontos urbanos, apresentando-se como um veículo alternativo para metrópoles de trânsito congestionado.

CEO da Vertical, Stephen Fitzpatrick afirmou: “O VA-X4 é ideal para uma cidade como São Paulo, com uma população de mais de 22 milhões de pessoas, incluindo a Região Metropolitana. Nossos eVTOLs transformarão a forma como viajamos em cidades de alta densidade populacional que estão com tráfego congestionado, levando aos céus aeronaves com emissão zero [de carbono].”

Já o modelo da Azul é o Lilium Jet, com capacidade para seis passageiros e um piloto, autonomia para 250 quilômetros e velocidade máxima de 280 quilômetros por hora. E a Embraer informou que pretende fabricar um eVTOL por meio da subsidiária Eve, mas não divulgou detalhes do projeto.

 

EXPECTATIVA PARA O FUTURO É DISPENSAR PILOTOS

Para formar sua frota de carros voadores, a GOL conta com participações do Grupo Comporte – acionista controladora – e da Avolon, empresa holandesa de leasing de aeronaves. A parceria permitirá a realização de um estudo de viabilidade do veículo e da infraestrutura necessária à operação, para que este possa receber certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

As regras de utilização do espaço aéreo e o número de veículos que poderão circular ao mesmo tempo deverão ser definidos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e outras entidades aeronáuticas. Há uma expectativa de que no futuro os carros voadores não tenham piloto, o que exigirá um sistema automático de gerenciamento das aeronaves.

A Vertical informou que mais de 1.300 unidades de seu carro voador já foram encomendadas por empresas aéreas, entre as quais a American Airlines e a Virgin Atlantic.

Em comunicado, o presidente da Azul, John Rodgerson, afirmou: “Assim como fizemos no mercado doméstico brasileiro nos últimos treze anos, esperamos novamente, agora com os jatos da Lilium, criar um mercado totalmente inovador nos próximos anos.”

 

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