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Arteterapia: em busca do autoconhecimento

O que é arte para você? Podem ser cores, pinturas, texturas, dança, movimento ou uma simples expressão que simbolize o que habita no fundo da alma. E terapia? É um processo que ajuda na mudança de um comportamento, sentimento ou pensamento que esteja impedindo a percepção da vida em sua forma real. Unindo uma e outra, temos a arteterapia, prática terapêutica que conduz ao autoconhecimento, conectando os mundos interno e externo por meio de simbologia.

Autora dos livros Arteterapia com crianças e Arteterapia com idosos (ambos pela editora Wak), a psicóloga, professora e arteterapeuta Vanessa Coutinho, diretora da Casa D’Esquina, diz que a liberação do fluxo criativo pode promover a saúde emocional.

“Trabalhamos com produções dos pacientes, durante as sessões, mas também podemos usar estímulos com produções de outros artistas. É importante ressaltar que o cliente não precisa ter qualquer dom artístico.”

Vanessa acrescenta que as sessões de arteterapia podem ser individuais ou em grupo, sem limites de idade, diz Vanessa.

Desenho para interação com o paciente

Como boa parte dos arteterapeutas, ela é discípula do psiquiatra e psicoterapeuta francês Carl Gustav Jung (1875-1961), pioneiro no uso da linguagem artística associada à psicoterapia. Jung lançava mão do desenho para facilitar a interação com o paciente, e acreditava que a arte podia ser um caminho por meio do qual o homem conseguiria organizar seu caos interior.

“Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”, disse Jung, em 1920.

No Brasil, uma das pioneiras da arteterapia foi a médica psiquiátrica Nise da Silveira (1905-1999), também responsável por trazer a psicologia junguiana para o país. Nise utilizou a arte para trabalhar com pacientes psicóticos no Hospital do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.

Tinta e pincel em vez de camisa de força

Contestada em seu tempo, Nise trocou os tratamentos de choque, as camisas de força e os banhos frios habitualmente aplicados a pacientes psiquiátricos por pincel, tinta, argila e papel. Os resultados foram significativos.

Seu trabalho despertou a curiosidade de pesquisadores de saúde mental e até mesmo de críticos de arte, que enxergavam valor nas pinturas dos pacientes. Em 1952, com a inauguração do Museu de Imagens do Inconsciente, no Engenho de Dentro, os trabalhos dos pacientes ganharam um espaço de exposição e podem ser pesquisados até hoje.

O R.evolution criou uma lista de livros e filmes para quem quiser conhecer um pouco mais sobre arteterapia:

Imagens do inconsciente, livro de Nise da Silveira (Vozes)

O mundo das imagens, livro de Nise da Silveira (Ática)

Arteterapia com crianças, livro de Vanessa Coutinho (Wak)

Arteterapia com idosos, livro de Vanessa Coutinho (Wak)

Nise – Arqueóloga dos mares, livro de Bernardo Horta (Aeroplano)

Nise – O coração da loucura, filme de Roberto Berliner.

 

Fernanda Menezes Côrtes, jornalista.

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